quarta-feira, 1 de junho de 2011

experiência quase-morte

5.1. Experiência quase-morte
                 O termo experiência de quase-morte (EQM) refere-se a um conjunto de sensações associadas a situações de morte iminente por hipóxia cerebral - efeito túnel e a «experiência fora-do-corpo».
                 Apesar de frequentemente associadas a uma experiência mística, estas sensações tendem a ser explicadas pela comunidade científica como uma resposta secundária fisiológica do cérebro à hipóxia.
                 Em alguns casos a morte clínica do paciente chegou a ser atestada pelos médicos, mas em nenhum deles houve a confirmação de morte cerebral. No entanto, durante o processo de ressuscitação a equipa médica raramente consegue manter registos sobre as funções cerebrais, pois a emergência exige atenção total ao sistema cardio-pulmonar. Por isso, há relatos de situações nas quais o sinal do ECG indica que o cérebro chegou a ficar sem actividade.


Relatos de pessoas que viveram o fenómeno:
            Pessoas que viveram o fenómeno relatam, geralmente, uma série de experiências comuns, descritas nos estudos de Elizabeth Kubler-Ross (1967), tais como:
  • Um sentimento de paz interior;
  • A sensação de flutuar acima do seu corpo físico;
  • A percepção da presença de pessoas à sua volta;
  • Visão de 360º;
  • Ampliação de vários sentidos;
  • A sensação de viajar através de um túnel intensamente iluminado no fundo (efeito túnel).
                 Nesse espaço atemporal, a pessoa que vive esta experiência percebe a presença do que a maioria descreve como um «ser de luz», embora esta descrição possa variar conforme os arquétipos culturais, a filosofia ou a religião pessoal. O portal entre estas duas dimensões é também descrito como «fronteira entre a vida e a morte». Por vezes, alguns pacientes que viveram esta experiência relatam que tiveram de decidir se queriam ou não regressar à vida física. Muitas vezes falam de um campo, uma porta, uma sebe ou um lago, como uma espécie de barreira que, se atravessada, implicaria não regressarem ao seu corpo físico.
                 Com a multiplicação de referências a acontecimentos comparáveis à experiência de quase-morte, iniciou-se uma nova corrente, em que diversos pesquisadores de todo o mundo deram início à discussão e à análise do fenómeno de forma mais aberta.
                 Grupos da comunidade médica passaram a olhar para a morte e a sobrevivência da consciência sob uma nova perspectiva. Contudo, existem observadores que negam as explicações científicas e atribuem este fenómeno a acontecimentos relacionadas com a descrição do que pode ser Deus ou a outra qualquer origem sobrenatural, recorrendo às explicações tradicionais como a memória genética ou à associação da experiência ao nascimento biológico.

Mudanças psicológicas e comportamentais
                 Após a Experiência de Quase-Morte algumas pessoas declaram terem alterado a sua visão em relação ao mundo e às outras pessoas.
                 As mudanças comportamentais geralmente são significativamente positivas, e o principal factor para a mudança é a perda do medo da morte. Essas pessoas alegam que passaram a valorizar mais as suas vidas e as dos outros, reavaliaram os seus valores, ética e prioridades habituais, e tornaram-se mais serenos e confiantes.

EQM e Ciência
                 Até recentemente este fenómeno era considerado pela ciência como um assunto vulgar, fruto de lendas, crença popular ou religiosidade. No entanto, pesquisas como a do Dr. Raymond Moody e da Dra. Elizabeth Kubler-Ross, principalmente após a publicação dos livros «Vida Depois da Vida» e "Sobre a Morte e o Morrer", respectivamente, levaram ao início de uma corrente de pesquisas em todo o mundo sobre o fenómeno.
                 Estudos realizados em hospitais entre sobreviventes de paragens cardíacas em que se observou o fenómeno conhecido como experiência de quase-morte (que ocorre em cerca de 11% dos pacientes), incluindo as do cardiologista holandês Pim Van Lommel, demonstram apenas factos completamente explicáveis pela falta de oxigénio no cérebro em pacientes nos quais a morte encefálica não foi comprovada. As mesmas descrições de experiências de quase-morte podem ser reproduzidas por medicações como a quetamina ou por indução de hipoxia cerebral por alta gravidade, incluindo visões do túnel, comunhão com Deus, saída do corpo e alucinações.
                 As investigações científicas sobre assuntos relacionados com a pós-morte sempre existiram e foram motivo de debate académico. Mesmo com tanto interesse e a presença de numerosos relatos anedóticos, ainda não há qualquer comprovação científica que suporte essa hipótese.

Sem comentários:

Enviar um comentário